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GosteiQual a proposta de valor da “marca” “Diretas Já”?
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Em uma provável renúncia de Temer, com o rito constitucional, as eleições serão indiretas. No entanto, a possível condenação pelo TSE da chapa Dilma-Temer no dia 06/06/2017 pode provocar nova eleição. Muito se discute sobre isso. Juristas de matizes distintas defendem hipóteses variadas. Enquanto o curso dos fatos é consolidado, movimentos populares tomam as ruas pedindo eleições diretas. Mas qual é a proposta de valor, a promessa dos que pedem eleições diretas? Inspirada nos anos 80, a grita atual está longe de promover a adesão do primeiro movimento. Naquele tempo, o movimento conectava a realidade com questões objetivas. A ruptura com escolhas impostas herdadas do golpe militar de 64 era um fato objetivo. O direito da Nação de escolher o próprio destino, uma bandeira concreta. O movimento atual tem algumas dificuldades de empolgar, provavelmente pela falta de conexões com a realidade e com as expectativas dos eleitores.
O eleitor brasileiro parece mais indignado com o caso dos irmãos Batista do que com a situação política. O eleitor não parece surpreso com tudo que é noticiado – são evidências que a Opinião Pública conhecia. O presidente com pior avaliação dos últimos anos não encontra defensores nas ruas. O brasileiro não quer mais o governo Temer, mas não sabe o que quer. A política brasileira está com um problema de origem: a percepção de que todos os políticos são iguais recrudesce rejeições, minimiza esperanças, empobrece a participação política. Como diriam alguns analistas da política americana, a proposta de substituir alguém por ninguém não encontra fortes adesões. A adesão ao movimento “Diretas Já” depende dessa propostas de valor: fora Temer… dentro quem?
O movimento “Diretas Já” carece de uma conexão com a realidade. A Teoria Econômica da Democracia, da racionalidade das escolhas eleitorais, comprovada em diversos cenários brasileiros, defende o pragmatismo do voto. As escolhas são alicerçadas na expectativa de maximização dos benefícios futuros. Quais são os possíveis substitutos de Temer? Quais as possibilidades de ganhos futuros para os eleitores com esses substitutos? O que valeria o esforço de ir para as ruas? As promessas das “Diretas Já” são vagas. Foi pelo voto direto que chegamos até aqui. Não foi por falta de “Diretas” que todos os nossos problemas se colocaram em tela. E o eleitor está convicto disso. O brasileiro quer participação, mas quer alimentar expectativas com base em propostas objetivas.
O movimento “Diretas Já” precisa de proposta de valor, assim a participação popular poderá ser mais robusta. As chances de crescer o impacto do movimento serão maiores com propostas objetivas. A bandeira temática é bem conhecida, registrada em nossa Constituição: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.”.
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Muito bom
O artigo é irretocável, mas inicialmente convém anotar que a eventual condenação da chapa Dilma/Temer pelo TSE pode levar à não eleição de substituto imediatamente, pois o Temer poderá recorrer da decisão com efeito suspensivo. Doutra banda, quem pede eleição ‘direta já’ são os mesmos que não reconhecem a legitimidade do Legislativo para ter conduzido o Temer à Presidência, tal é que dizem que foi golpe. Mas querem que esse mesmo Legislativo faça uma PEC para alterar a regra prevista, há no mínimo incongruência. Aprovada a PEC de “diretas”, ela se torna inócua para o caso temer, pois não faz referência ao artigo 16 da CF que prevê a entrada em vigor de decisões afetas à eleição somente um ano após a publicacao. Kkkkkkkk
Também, quem não quer a continuidade de PT, PMDB, PSDB e que tais, hoje não tem representante nessa luta, graças à revolução de 64 que acabou com as lideranças e não permitiu o nascimento de outras, enquanto os comunista estavam nas faculdades e sindicatos fazendo a cabeça da juventude e hoje deitam e rolam, defendendo o comunismo.