Manda quem pode… obedece quem quer manter o emprego. A lógica presente nas relações de trabalho das corporações encontra paradigma oposto no formato corporations.
Max Weber associou a origem do capitalismo ao protestantismo. Concluiu que as crenças religiosas seriam motivadoras das ações seculares: o trabalho como vocação divina, determinada a cumprir expectativas de resultados. O autor denominou a ordenação das associações humanas nas relações de trabalho como “racionalidade instrumental”, formalização mecanicista que promove o distanciamento entre superiores e subordinados, dando valor à rede hierarquizada característica do sistema burocrático.
Opondo-se a esse modelo, a gestão compartilhada é a cadência do formato corporations. A abordagem é crescente desde a década de 30 nos EUA, sobretudo para empresas de capital aberto (controle compartilhado com acionistas) e para start-ups com acionistas. No Brasil, a resistência a esse modelo ainda é grande. Matéria de O Globo, publicada no último domingo, aponta poucos casos de empresas de gestão compartilhada no Brasil, tendo como pioneira do modelo a varejista Renner.