Com exceção dos condenados ou envolvidos em escândalos, deputados estaduais e federais foram alocados em um mesmo nível nas mentes dos eleitores. Problema de origem, a imagem das assembleias legislativas e da Câmara Federal sofre os efeitos de pautas reprovadas e do discurso negativo automatizado pelos eleitores em conversas cotidianas: nunca esteve tão na moda falar mal de políticos.
Se, por um lado, os posicionamentos mais radicais dos eleitores revelam propostas de renovação completa, no íntimo – sem a busca da aprovação de círculos de amizade e seguidores de redes sociais – o eleitor concebe a política como um sistema complexo, que não pode ser conduzido por um parlamento de novatos. Novos deputados serão eleitos, mas muitos serão reeleitos em 2018 – mesmo considerando as possíveis mudanças de uma reforma política (Será que sairá?).
Os eleitores, diante de parlamentares em um mesmo nível, procurarão pontos de destaque que possam justificar o voto. E, nesse aspecto, entra como importante aliada dos deputados a competência comunicativa. Não se trata apenas de uma retórica afinada, mas de um arcabouço discursivo convincente, em que se insere a prestação de contas de um mandato que fez diferença.