Naquela mesa estava em curso a decisão sobre o futuro de milhares de pessoas. O atual governante, o candidato governista e o marqueteiro assistiam à explanação do diagnóstico de pesquisa sobre as possibilidades da candidatura, um ano antes da eleição. Os diversos indicadores apontavam a potencialidade da candidatura, embora desconhecida. O marqueteiro, inicialmente com ironias, apresentou argumentos de desconstrução das possibilidades da candidatura. Percebia-se o receio de colar em sua biografia a derrota. Ou o de iniciar uma campanha com boas perspectivas, o que não facilita vender a história de heroísmo do marketeiro. Os argumentos do diagnóstico venceram… a campanha seguiu seu curso… o candidato venceu as eleições… Não! o marqueteiro venceu as eleições!
Muitos profissionais de comunicação política, chamados de marqueteiros – um abuso semântico com o termo original marketing… afinal, não se trata de mercado – merecem respeito e consideração. Eu, pessoalmente, tenho muitos amigos marqueteiros pelos quais tenho enorme respeito. Mas, em qualquer categoria profissional, os maus exemplos estão presentes. Dizem por aí que alguns marqueteiros são muito vaidosos. Uma brincadeira no segmento de comunicação diz o seguinte: algumas categorias profissionais pensam que são Deus, os marqueteiros têm certeza! Para os vaidosos, há uma regra sobre performance de campanhas: a derrota é culpa do candidato; a vitória, mérito do marqueteiro. E, nesse capricho, quando a prioridade é a gestão da biografia do marqueteiro acima dos interesses da campanha, muitos erros são cometidos. Especialmente em 2018, comportamentos assim deverão, necessariamente, ser abolidos. As campanhas serão duras demais para servir a caprichos.