Desde o início ficou claro que o embate não seria bom para o Brasil. A representação lunática de polos radicais: de um lado o pastor verborrágico – onde houver confusão, a chance de ele estar presente é grande. De outro, o deputado que traz argumentos rasos, com adornos de intelectualidade libertária. Será que os evangélicos se sentem representados por alguém tão bélico e disposto a algumas guerras que visam apenas ao próprio interesse? Será que a comunidade LGBT apoia em massa os desatinos do deputado?
A exposição no Santander de Porto Alegre é arte bélica, fruto da semente plantada, adubada e regada por embates de extremistas. Levantam bandeiras, atacam o sacro, libertam o grito do que consideram a defesa do diverso. Mas a defesa da diversidade não seria por essência a defesa da liberdade de cada um? Não deveria respeitar inclusive os que são pacificamente contra a diversidade? Não pareceu essa a defesa expressa na exposição de arte.
Outras figuras aproveitam o embalo do debate: o presidenciável de extrema direita e seus seguidores, que encontram na figura do militar a imagem do herói… Há, também, os meninos que, com inspiração conservadora, defendem o Brasil Livre e imaginam poder impor uma voz à Opinião Pública – confundem a propriedade de um carro possante com o poder de construir estradas…
É preciso diálogo sem a imposição dos extremistas. Está na hora de as comunidades serem ouvidas ao invés de se darem ouvidos a líderes que se empavonam como porta-vozes bélicos em um país que, por tradição, almeja a paz.