O CEO perscrutava cada detalhe, gestos, palavras dos presentes. Estrangeiro, tentava entender alguns comportamentos dos profissionais brasileiros. A reunião teria por missão resolver grande imbróglio de um importante setor mundial de produção: conquistar o apoio da opinião pública. Eram três os profissionais presentes: o publicitário, o pesquisador e o representante de um grupo com muitos seguidores nas redes sociais. O CEO apresentava sua demanda com português irretocável. Pediu que cada profissional apresentasse uma abordagem para o problema. O publicitário apresentou ideias interessantes de uma campanha sobre a reputação do setor e seus benefícios para o país. O pesquisador apresentou um método para conhecer como a opinião pública percebia o setor e quais propósitos mais interessariam para eventuais interações com os públicos. O representante do grupo com muitos seguidores na internet, meio que desbancando as ideias anteriores, deu o veredicto: “precisamos apenas saber o que o setor quer. Convenceremos os brasileiros.”.
A internet e seus métodos são instrumentos importantes e potentes. Mas alguns grupos exageram na venda de poder sobre a audiência. A história se repete… Não eram assim os funcionalistas americanos de meados do século passado ao proporem o método da “bala mágica”? Para a “bala mágica”, a comunicação desconsiderava a reação das pessoas, toda mensagem seria capaz de convencer sem resistência… Os movimentos com muitos adeptos navegam em um mar de ideias previamente aceitas por seus seguidores. Novas conquistas de admiradores, convencimento sobre qualquer nova ideia não são ações tão simples. Eles não são os donos da bola da comunicação. Os públicos é que são!