O marceneiro estava no balcão do bar. Em uma mão a pinga, produzida no Vale do Paraíba fluminense, celebrada por sua qualidade. Na outra, a inseparável carteira de couro, daquelas em que cabem muitas coisas. Um homem entrou no bar, enfurecido, trançava as mesas do salão repleto do clientes, aproximou-se do marceneiro, chamando-o pelo nome. O olhar assustado do marceneiro previa o que estava para acontecer: um murro no rosto com muita violência, a fúria do cliente insatisfeito. Marceneiro para um lado, pinga para o outro e a carteira deslizando pelo piso encerado do salão. O marceneiro, com semblante enfurecido, levantou-se e apressadamente correu atrás da carteira. Sem que soubessem o que fazer, os presentes procederam a uma gritaria geral e debandaram do bar. O agressor fez o mesmo ao perceber que o agredido pretendia usar o que estava na carteira. No salão vazio, o marceneiro abre a carteira apressadamente, olhando para os lados e retira o… pente. Tinha horror de ficar descabelado.
Muitas marcas se dedicam ciosamente à aparência. Descuidam muitas vezes da reputação, composta por um conjunto amplo de atributos. A aparência é apenas um desses atributos. A melhor resposta para se recompor de uma demonstração de insatisfação não é um superficial ajeitar da aparência.