Franca Sozzani, editora da Revista Vogue Itália, causou muita polêmica ao aliar causas sociais e moda. Contrariando o statu quo, imprimia em suas edições a mais ácida crítica ao tema que a merecesse. Foi assim com o vazamento de petróleo no Golfo do México, atraindo a voracidade do protecionismo capitalista da América. Seguiram-se outros temas espinhosos, como violência doméstica, “indústria” das cirurgias plásticas, racismo etc.
No documentário “Franca: Chaos and Creation”, dirigido por seu filho, Francesco Carrozzini, ela, em uma das passagens em que fora celebrada, respondeu a uma tentativa de categorizar suas produções: “não é arte, é posicionamento”. Franca mexia em feridas sem artimanhas. Encarava o jogo, colocando em risco a carreira e o emprego, uma vez que a revista cobrava resultados de sua editora-chefe.
Quantas polêmicas produziria Franca, que faleceu em dezembro de 2016, nestes dias tão conturbados? Uma de suas qualidades tem a ensinar aos que protestam: a comunicação de seus protestos não deixava oculto o que pretendia dizer!